quinta-feira, 3 de agosto de 2017

século XIX

Revolta do Uaupés
(século XIX)
Os índios que vivem as margens do Rio Uaupés e seus afluentes (Tiqué, Papuri, Querari e outros menores) integram atualmente 17 etnias que fazem parte de uma rede de troca, que incluem casamento, rituais e comércio, compondo assim, um conjunto cultural e social definido, comumente chamado de “sistema social do Uaupés”. Nessa região, no século XIX, ocorreram várias revoltas, devido os índios locais pregarem o fim da exploração do uso da borracha, após a criação da província do Amazonas por D. Pedro II, merecendo destaque a Revolta do Uaupés.   
Nessa revolta podemos enfatizar a presença o pajé Vicente Christu, também conhecido como o messias Baniwa Venâncio Kamiko, que foi um dos mais poderosos pajés do século XIX, pregando a libertação da opressão política e econômica dos brancos contra os índios localizados na região do Uaupés. Além disso podemos destacar os aspectos religiosos, que iam desde a rituais, até a conversas com Deuses da tradição indígena.  
O QUE OCASIONOU ESTA REVOLTA
   Após a proclamação da independência, o governo federal promoveu vários investimentos para a extração da borracha, e com a sua ascensão como matéria prima o governo tentou convencer os índios que viviam nessa região a deixarem de morar em regiões recuadas e de difícil acesso para viverem em povoados ou nas vilas situadas nas margens dos rios maiores.https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1d/%C3%8Dndios_escravizados,_s%C3%A9culo_XIX.jpg
Muitos índios foram escravizados e forçados à trabalharem com a extração da borracha, e aos poucos, isso foi gerando um sentimento de raiva e ódio contra os homens brancos.
As atividades dos missionários ainda eram frequentes no Brasil e em 1883 os franciscanos, que compunham uma ordem religiosa, chegaram ao Uaupés. Os índios deviam tirar um dia da semana para a construção das casas para as autoridades religiosas e militares, da igreja e da cadeia. Além disso, os franciscanos tentaram acabar com as atividades dos pajés locais e passaram a controlar os regatões- hábeis vendedores dedicados ao comércio ambulante, principalmente através de pequenas embarcações -, que somente poderiam comercializar com os índios através de sua autorização.              
Um desses franciscanos, Frei Illuminato Coppi, é descrito pelas fontes históricas como um homem violento, intolerante, e que não hesitava em ridicularizar os costumes e as crenças indígenas. Em várias ocasiões, ele expôs à vista das mulheres e das crianças, as máscaras e os instrumentos de músicas considerados sagrados, que eram proibidos de serem vistos por elas. Sua última provocação, no dia 28 de outubro de 1883 em Ipanoré, levou à revolta dos índios do local e à expulsão dos missionários franciscanos.http://2.bp.blogspot.com/_1joPHMChACY/SnC7LbdSPDI/AAAAAAAAAJ8/eQdfDtE9B2E/s400/REgat%C3%A3o1.jpg
O IMPACTO DA REVOLTA
Os índios se revoltaram contra este tipo de tratamento e contra sua exploração de mão de obra e dos recursos naturais da região, e como vingança, efetuaram expedições contra os brancos, que utilizavam soldados ou mesmo índios de outras etnias da região para reprimir as rebeliões.
Os movimentos se espalharam pela região inteira e ameaçaram expulsar os brancos. Os militares locais e da província reagiram a estes movimentos na maioria das vezes com repressão e violência, embora o governo da província mandasse uma comissão oficial para tranquilizar a situação.
A opressão contra os índios também se expressou através de uma tradição de movimentos religiosos, começando a partir da metade do século XIX. Os índios desses movimentos elaboraram as mais variadas mensagens e ideologias, e organizavam rituais e cerimônias expressando as esperanças dos povos indígenas em conseguirem sua liberdade.
A partir de 1880, o pajé Vicente Christu começou a contar que se comunicava com "Tupã" (Espírito do Trovão Tupi) e com os mortos. Ele pregava o fim da exploração pelos patrões de borracha e sua expulsão da região. Proclamava ainda a chegada de uma nova ordem social, na qual os índios seriam os patrões e os brancos seus escravos. No início do século XX, ainda ocorreram vários outros movimentos deste tipo na região, sendo alguns reprimidos com violência pelos militares.
Esse não foi o único acontecimento do século XIX, mas talvez o mais importante. Novamente o homem branco acreditou que poderia mostrar seu poder e vencer os mais fracos, mas estavam literalmente enganados. Os índios, com suas crenças, mostraram-se fortes ao enfrentaram seus inimigos, e após muito sofrimento e perdas, eles finalmente conseguiram o que queriam: A liberdade, pelo menos naquele momento de vitória, pois novas revoltas surgiram, e o mais importante é que os índios nunca abaixaram a cabeça e se deram por vencidos, ao contrário, sempre a reergueram e mostrando porque fazem parte da cultura brasileira.

Foto de Manaus, capital da província em 1865






Referências Bibliográficas

REferências bibliográficas estão erradas, o correto é seguir o modelo abaixo:

SOBRENOME DO AUTOR, Nome do Autor. Nome da Obra. Disponível em
https://books.google.com.br/books?id=l5EQAwAAQBAJ&pg=PT25&lpg=PT25&dq=Messias+Baniwa+Ven%C3%A2ncio+Kamiko&source=bl&ots=3qqxYK6glB&sig=jk2wTzSYcE9UYIk7ZdTD8NaSw_Y&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiow_Stz7XJAhVBrJAKHVbYBHcQ6AEILDAD#v=onepage&q&f=false
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:http://pib.socioambiental.org/pt/povo/etnias-do-rio-negro/1530&gws_rd=cr&ei=M_taVsXHFcPdwgTE9pyoBQ
http://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view/39/29
http://noamazonaseassim.com.br/provincia-do-amazonas/
http://www.infoescola.com/historia/historia-do-amazonas/
http://www.academia.edu/1484505/HISTORIA_INDIGENA_E_DO_INDIGENISMO_NO_ALTO_RIO_NEGRO
https://books.google.com.br/books?id=JYHBAgAAQBAJ&pg=PA833&lpg=PA833&dq=Revoltas+ind%C3%ADgenas+no+s%C3%A9culo+XIX&source=bl&ots=iGk-qypZu8&sig=_8RyE7EONLAUrR5KklHjE559XYg&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj5rN2B3rXJAhVRsZAKHR4pCHYQ6AEIODAE#v=onepage&q=Revoltas%20ind%C3%ADgenas%20no%20s%C3%A9culo%20XIX&f=false

http://indigenistaaspirante.blogspot.com.br/2010/06/o-rio-uaupes.html

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