Nesta semana, o que tem roubado a cena nos noticiários é a
violência que a polícia tem usado contra os professores que estão indo ruas
reivindicarem melhorias nas suas condições de trabalho – querem mudanças no
Regime Próprio da Previdência Social. Os educadores, obviamente, são contra o
projeto que está sendo discutido.
No inicio da semana, o confronto entre polícia e professores
já havia acontecido, mas ontem (29), ficou mais grave: segundo a prefeitura de
Curitiba, em duas horas de protestos, houveram nada mais nada menos do que 213
feridos, com direito a uso de bombas e tiros de borracha. Não bastasse todos
estes absurdos (violência desnecessária, mudanças na Previdência e etc), um
fato agravou ainda mais a situação: o governador Beto Richa (PSDB), disse que
não há motivo para protestos e, entrelinhas, apoiou a atitude da polícia.
A “intolerância” (se podemos dizer assim) da polícia só
existe porque existe quem apoie tais atitudes. Não podemos aceitar que tratem
quem protesta a fim de melhorias como se fossem animais, como está acontecendo
e aconteceu em Curitiba nesta semana. O governador justificou a violência da
polícia dizendo que os manifestantes eram black blocks, quando, na verdade, eram
professores. Inacreditável.
E penso também que esta situação não pode ficar apenas na
palavra. Tem que ter algo mais. Os policiais que cometeram esses crimes não
podem ficar impunes (e acredito que esta seja a opinião da maioria, senão
todos). Vale ressaltar também que eu não estou inocentando todos os manifestas,
alguns realmente foram com más intenções, como existe em praticamente todos os
protestos, mas é inegável que a maioria dos atingidos eram sim inocentes que só
queriam melhorias. E de qualquer forma, a atitude dos policiais e do governador
não se justifica, obviamente.
Victor Castro