"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade"
No
Brasil, sete em cada dez presidiários postos em liberdade voltam a cometer
delitos. Apesar de muitos acreditarem que algumas pessoas nascem para serem
ruins enquanto outras para serem boas, a razão para tal dado não está apenas no
caráter da pessoa solta, mas também no sistema carcerário brasileiro e na nossa
reação ao depararmos com alguém que já foi mantido atrás das grades por
desrespeitar as leis.
As cadeias foram criadas com o
objetivo inicial de reabilitação, uma forma de punir de forma humana aqueles
que cometessem uma infração. Teoricamente, os indivíduos presos receberiam alimentação
saudável, tratamentos médicos, condições de estudo e qualidade de vida em
detrimento da sua liberdade, que seria suspensa até que sua pena fosse
cumprida, porém, o sistema apresenta diversas falhas quando posto na prática.
Em 2013, Foram calculados 584 mil
detentos em prisões brasileiras que foram construídas para abrigar no máximo
310 mil destes. A superlotação retira dos seres humanos mantidos nas penitenciárias o direito de privacidade, desrespeitando a lei de execução penal
(1984) que diz que cada preso deveria ter direito a uma cela
individual com área de 6 metros quadrados, vaso sanitário e pia, além de tornar mais difícil a organização colocando muitas
vezes em uma mesma cela um homicida e um pequeno infrator que foi detido por
cometer um roubo. É importante ressaltar que o inchaço das cadeias é também um
defeito do nosso sistema judiciário, que raramente propõe outros métodos de
reabilitação como o trabalho voluntário, além de deixar presa por vários anos uma
pessoa inocente e ainda não julgada, aguardando que a justiça seja feita, cerca
de 44% dos prisioneiros brasileiros ainda não foram declaradas oficialmente
culpadas.
Além de serem mantidos em péssimas
condições de conforto e higiene, serem submetidos a agressões físicas
diariamente e conviverem com cerca de 30 homens em uma cela criada para apenas
um, os infratores presos dificilmente conseguem ter uma perspectiva de futuro.
Devido ao preconceito existente em nossa sociedade reintegrar-se se torna uma
tarefa extremamente complicada, ex-presos dificilmente são aceitos em empregos,
o estigma de cometer um delito o acompanha por toda a vida.
O primeiro passo para reverter a
situação revoltante não está apenas em melhorar as condições das cadeias, mas
também evitar que os jovens atuais busquem o caminho dos criminosos. A família
de presidiários deve receber benefícios, como oportunidades e ajudas
psicológicas para que o crime não seja visto como um ato comum e o problema não
se torne “hereditário”, constantemente vemos jovens recorrendo ao mesmo crime
que o pai. A fiscalização frequente em cadeias aliada a conversas com os presos
sobre como os guardas agem deveria ocorrer, para que os limites não sejam
ultrapassados e esta se torne um local de reabilitação e não tortura e
sofrimento. Se a cadeia se tornasse um lugar melhor e oferecesse aos presos
oportunidades de crescimento pessoal, veríamos pessoas cada vez melhores e justas
saindo das penitenciárias, tornando mais fácil o convívio na sociedade e a busca
por uma nova vida.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/videos/t/edicoes/v/projeto-ajuda-a-diminuir-a-superlotacao-nos-presidios-do-maranhao/2041723/
http://megafilmeshd.net/series/prison-break.html (Série sobre a fuga da prisão de um homem condenado injustamente a pena de morte, na terceira temporada vemos uma prisão com níveis revoltantes que se assemelham a prisão de Pedrinhas no Maranhão)
http://megafilmeshd.net/series/prison-break.html (Série sobre a fuga da prisão de um homem condenado injustamente a pena de morte, na terceira temporada vemos uma prisão com níveis revoltantes que se assemelham a prisão de Pedrinhas no Maranhão)
Realmente. O país precisa passar por uma reeducação imensamente trabalhosa para a solução do problema posto em pauta.
ResponderExcluirSua escrita é ótima. Gostei muito.
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ResponderExcluirÉ muito triste saber que pessoas são expostas a esse tipo de tratamento. Mais triste ainda é saber que muitos deles podem ser inocentes pagando um preço muito alto pela negligência da justiça brasileira. O país deveria investir para que as pessoas nem chegassem a ter a experiência carcerária, mas já que chegam, é mais que obrigação cuidar e educar para que o indivíduo enxergue que há outra maneira de prosseguir a vida. Enfim, seu texto ficou ótimo! Proporcionou uma leitura instigante e muito proveitosa, o vídeo foi uma maneira perfeita de provar tudo o que você havia dito.
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ResponderExcluirNão só o sistema carcerário sofre esse descaso, mas a educação, a saúde e outros sistemas de responsabilidade do governo, seja municipal, estadual ou federal.
ResponderExcluirVocê conseguiu colocar em pauta todos os problemas e possíveis soluções de forma bem clara, de forma que consegui entender sua escrita na primeira leitura, além de colocar sua opinião, seu texto é rico em dados e informações,o que nos possibilitam imaginar a dimensão do problema, e os videos só reforçam suas palavras
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ResponderExcluirÓtimo tema e muito bem abordado, super interessante Lara! Sua escrita é muito boa e da para perceber o seu trabalho na produção do texto, várias fontes pesquisas resultaram em um texto bem elaborado, você também interligou as ideias muito bem e tornou o texto legal e de fácil entendimento.
ResponderExcluirUma ótima escolha de tema, seu texto esta claro, e bem escrito. O vídeos e as fontes de sua pesquisa enriqueceram seu texto. Parabéns.
ResponderExcluirO tema abordado no texto é extremamente interessante e relevante. Isso porque mostra de maneira clara e real a situação das penitenciárias brasileiras, e o posicionamento da autora está presente. A leitura flui e as informações são absorvidas rapidamente.
ResponderExcluirGabriela
Seu texto ficou muito bom e o tema também. A funcionalidade do sistema prisional está atrelado a uma série de variáveis como política de reabilitação, melhoria real de vida fora da cadeia, mudança de mentalidade, oferta de emprego. Tanto que sistemas prisionais em outros países funcionam como na Suécia.
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