Por que os ruivos foram perseguidos ao longo da história?
As variações dos tons de ruivo estão em alta e fazem a cabeça de várias mulheres (e homens também). É possível até dizer que virou tendência, sejam as madeixas naturais ou tingidas. Tanto que diversos filmes, séries, novelas e comerciais estão fazendo questão de colocar atores e modelos ruivos no seu casting.
Em um artigo publicado na revista Science diz que foi encontrado o gene conhecido como “MC1R” que é um variante do gene responsável pela "ruivice" e suas características nos neandertais, mostrando que os ruivos já fazem parte do mundo há bastante tempo, mesmo que hoje em dia eles só representem entre 1% e 2% de toda população mundial. Diante dessa “raridade” e toda história que envolve essa cor dos fios, existem até alguns ensaios fotográficos registrando ruivos.
INVASÃO VERMELHA
Relembre os principais casos de discriminação contra os sardentos:
DIVINA DESGRAÇA
Seth, deus do Egito antigo, não era originalmente maligno: ele passou a ser retratado assim após a invasão de povos como os persas. Foi então associado ao deserto vermelho, às tempestades e à destruição - coisas que os egípcios temiam. Por consequência, homens ruivos como ele passaram a ser odiados e sacrificados - muitos morreram como oferenda na Tumba de Osíris.
(NÃO OUÇA) O QUE A RAPOSA DIZ
Os gregos achavam que um monte de gente podia virar vampiro: suicidas, excomungados, pessoas que comiam a carne de uma ovelha morta por um lobo e, claro, ruivos. Por isso, o cabelo nesse tom era visto com desconfiança. O filósofo Aristóteles chegou a dizer que, enquanto loiros eram bravos como os leões, ruivos eram de mau caráter como as raposas.
MANDA PRA FOGUEIRA!
Durante a Inquisição, nos séculos 15, 16 e 17, as ruivas passaram um mau bocado. A cor, associada ao mal, levou a Igreja Católica a persegui-las e condená-las como bruxas. Muitas foram à fogueira. Também acreditava-se que a gordura dos ruivos era um ingrediente potente para fazer veneno - prática citada em peças como The Witch, de Thomas Middleton.
TEMPERAMENTAIS E TRAIDORES
Na Idade Média, o poema Ruodlieb, que tem autor desconhecido e surgiu por volta do ano 1000, dizia: "Não se deve confiar em nenhum ruivo, pois eles são pessoas más e donas de um péssimo temperamento". Foi uma época de forte discriminação: a partir de 1300, obras de arte começaram a retratar Judas Iscariotes como ruivo, e o diabo com cabelos vermelhos e pontudos.
ASSIM FICA DIFÍCIL
Na Índia, entre 1500 e 500 a.C., os homens eram estritamente proibidos de casar com mulheres ruivas. Não era a única restrição: também estavam vetadas moças com membros deformados, as que falavam muito, as que tinham "olhos inflamados" e as que possuíam nomes de constelações, rios, nações bárbaras, criaturas aladas ou qualquer outra coisa que suscitasse uma "imagem de terror".
COR DA CRIADAGEM
Depois que os romanos invadiram e conquistaram os citas, um antigo povo da Trácia, passaram a considerar os trácios como escravos. Como estes eram ruivos, o cabelo vermelho virou uma característica inferiorizada, coisa de gente preguiçosa. Atores romanos usavam peruca nesse tom para interpretá-los em peças e representar sua servidão.
A ORIGEM DO MAL
Lilith é uma deusa presente em várias crenças: para os sumérios e mesopotâmios, por exemplo, representava a fertilidade. Na mitologia judaico-cristã, porém, ela perde esse caráter divino, tornando-se um súcubo, espécie de demônio, e passa a ser retratada ruiva. Segundo a CABALA, Lilith é a serpente que ofereceu a Adão a maçã do pecado.
RAINHA REDENTORA
Até Shakespeare falou mal: na peça Como Gostais, o ruivo é apontado como a "cor da dissimulação" e do cabelo de Judas. Mas foi nessa época que, após séculos associado ao mal, o vermelho conseguiu finalmente melhorar sua imagem. No século 17, a ruivíssima rainha Elizabeth I assumiu o trono inglês e ganhou a simpatia do povo - seus longos cabelos avermelhados viraram moda.
O preconceito contra ruivos no Egito era tanto que eles eram complexados a ponto de ter vergonha de puxar conversa com os outros.
Além de Lilith e Judas, outras figuras bíblicas retratadas como ruivas foram Caim (que matou o irmão Abel) e Maria Madalena.
Alguns historiadores defendem que a ideia de retratar Judas ruivo, originalmente, era apenas para dar destaque a ele nas pinturas.
Acrescentando uma curiosidade, os ruivos possuem apenas 0,3% de eumelanina, que é uma substância que faz parte da melanina e é responsável ainda pela pigmentação dos olhos e pele, enquanto pessoas com fios castanhos possuem cerca de 1,1%.
ResponderExcluirMuito interessante e até cômico, não fosse triste, o modo como as crenças populares levaram as pessoas a chegarem ao ponto de discriminar os ruivinhos sardentos e considerá-los bruxos. Até os canhotos já foram vítimas de perseguição pelo Tribunal da Santa Inquisição no período medieval.
Particularmente, apesar de já ter visto poucas pessoas assim, até hoje, pessoalmente, acho a ruivice bem bonita!
Achei bem legal essa matéria, pois é uma informação que muitas pessoas talvez não saibam, acho incrível uma simples diferença poder influenciar tanto na vida das pessoas, devia ser muito triste ser perseguida e considerada bruxa pelo fato de ser ruivas e sardentas. A igreja ao associar a cor ao mal e acreditar que a gordura dos ruivos era um ingrediente potente para fazer veneno, apresenta um preconceito muito grande e totalmente sem lógica. Hoje em dia acredito que seja natural conviver com pessoas ruivas, mesmo os ruivos ser a minoria.
ResponderExcluirTífany
O tema é realmente muito interessante, mas a cópia descarada de texto não. Cuidado! Qualquer dia vai ser processado por plágio, hein!
ResponderExcluirO julgamento, a discriminação contra pessoas por causa de seu sexo, seu tipo de cabelo, sua cor, seu físico, não começou atualmente. Desde muito tempo vemos os tipos de preconceitos, de discriminações, que nós herdamos dos nossos antepassados. O caso das pessoas ruivas ao meu ver é um absurdo, pois as pessoas não devem ser julgadas por sua cor de cabelo, ou por terem sardas. Antigamente as mulheres eram vistas como bruxas, por terem uma pinta no rosto, por terem sardas, ou serem ruivas e quando haviam essas desconfianças essas mulheres eram queimadas. Um fato interessante é que atualmente as pessoas ruivas são vistas como pessoas bonitas, elas são padrões de beleza, várias querem ser ruivas pois acham bonito e porque é uma modinha, e várias querem seguir.
ResponderExcluirAtualmente, julgar a "ruivice" como algo capaz de determinar o caráter de alguém é absurdo! Está claro que esse preconceito foi se perdendo ao longo dos anos, afinal, foi uma questão sem lógica, fundamentada mitologicamente. Não vejo o motivo dessa discriminação, assim como já foi mencionado, a "ruivice" é tão agradável e bonita.
ResponderExcluirSe os ruivos foram julgados no passado como bruxos, essa impressão mudou! Hoje o cabelo ruivo natural é idolatrado e invejado por muitos. São inúmeras as mulheres que misturam diversos tons de ruivo para se assemelhar ao natural e dificilmente conseguem por ser uma cor tão rara e bonita.
ResponderExcluirA reportagem é interessante, e aborda um tema que para falar a verdade é bem curioso! Concordo com as criticas acima, hoje em dia o ruivos ‘naturais’ são motivos de inveja e curiosidade, além de ser raro é considerado um padrão de beleza, diferente e bonito. O que não da para entender é o fato de essa característica física já ter sido motivo de critica, julgamento e preconceito, o que não faz sentido algum. Já assisti ao filme Elizabeth l, e atriz que a interpreta tem os cabelos ruivos também, o que a faz ter uma característica diferenciada.
ResponderExcluirÉ muito interessante conhecer coisas sobre o passado do mundo e perceber como as coisas eram e associa-las ao mundo de hoje, a matéria realmente interessantes, em pensar que os ruivos sempre foram julgados e associados ao mal no passo e hoje cada vez mais pessoas querem aderir essa cor aos fios. Um exemplo que eu posso citar sobre como as coisas realmente mudaram é os ruivos antes associados ao mal, já no ano 1990 quando o primeiro livro da série Harry Potter foi escrito os ruivos foram associados a uma família bruxa do filme, os Weasleys, no entanto essa é uma das famílias mais encantadoras e adoradas durante a trama.
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