Bonum Littera

sábado, 19 de março de 2016

E SE NÃO FOR COMO ERA PARA SER?

Os trotes universitários surgiram juntamente com as primeiras universidades, durante a Idade Média. É uma forma tradicional de dar boas-vindas aos estudantes que estão dando início a sua carreira universitária, além de facilitar integração entre calouros e veteranos. Apesar do assunto não receber muita atenção da mídia, é importante ressaltar que esse ritual de passagem é capaz de causar danos físicos e psicológicos nos novos estudantes.
Em primeiro lugar, nota-se que de acordo com a Constituição Federal, os trotes universitários não são considerados crimes, até porque atos como raspar a cabeça, pintar o corpo, dançar, andar de mãos dadas ou até mesmo pedir dinheiro no farol não causam prejuízos. O problema surge quando os calouros participam desse ato por represália, e é feito o uso de álcool, drogas, violência, humilhações, mutilações e até mesmo mortes. Como exemplo, cita-se o caso de Edison Tsung Chih Hsueh, que bebeu forçadamente uma quantidade exagerada de álcool, e morreu afogado em uma piscina durante um trote. Logo deixa de ser uma brincadeira e se torna um ato de tortura.
Em segundo lugar, observa-se a cultura machista cultivada nas universidades. As calouras são expostas a situações em que são obrigadas a simular práticas sexuais, danças sensuais, “leilão” de calouras, estupro, além de que os veteranos acreditam que, por questões de hierarquização, têm “acesso livre” ao corpo das jovens. O fato de estar alcoolizada e fragilizada serve como uma oportunidade para segundas intenções. O corpo é dá mulher, é ela quem decide o que fazer ou não com ele, por isso, se não há sua consciência, denomina-se como cultura do estupro. 
Em decorrência disso, cabe ao Governo criar métodos para evitar o trote que pratica atos de tortura, ou até mesmo, em casos mais graves, expulsar o veterano da instituição de ensino. Deve-se proibir as empresas de comercializarem e venderem bebidas alcoólicas para eventos estudantis, além de criar uma ouvidoria que atenda os casos de abuso, agressão ou assédio. Uma forma de manter o trote nas universidades é investir no projeto já existente denominado “Trote Cidadão”. Ao invés de realizar práticas que causam prejuízos físicos e psicológicos aos universitários, esse tipo de trote consiste em ações como doar sangue, plantar árvores, pintar muros de escolas, e até mesmo arrecadar alimentos e dinheiro e doar para instituições carentes, em que calouros agem juntamente com veteranos. As calouradas não precisam ser deixadas de lado, apenas curtir com moderação.

6 comentários:

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  2. Parabéns, Melissa, seu texto ficou ótimo! Só tenho elogios a fazer: A produção é envolvente e coerente; a estrutura da dissertação está evidente; o texto não cansativo; a linguagem está adequada à norma padrão e sem erros ortográficos ou de concordância. Enfim, os trotes estão associados a uma maneira de associar calouros com veteranos. Enfim, o trote nasceu para celebrar a vitória, mas, infelizmente, muitos destes ganharam características completamente deslocadas do ambiente universitário, tornando-se momentos de violência física e moral, apesar de ser a minoria, os exemplos do que ocorre nos trotes violentos são chocantes e causam indignação em toda a sociedade. Os trotes são considerados um clico vicioso, pois faz com que o calouro suporte a violência à qual é submetido, tendo em vista uma “revanche” nos calouros do próximo ano. É inadmissível que este tipo de comportamento ocorra nas universidades, uma vez que são elas as responsáveis por formar os futuros cidadãos que comandarão o país. Como universidade, a responsabilidade não se restringe apenas à formação profissional dos nossos alunos, mas também à transmissão de valores maiores que permitam desenvolver uma compreensão maior do sentido da vida e da solidariedade.

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  3. Parabéns pelo seu texto, Melissa! Você seguiu a estrutura de uma dissertação e escolheu um bom tema.Como você disse,os trotes não tem muita visibilidade na mídia mas esse assunto é muito importante.Os trotes são realizados para celebrar a entrada do calouro na universidade.É um momento em que eles estão celebrando a vitória e socializando com seus veteranos.É uma prática muito legal, mas sem os abusos,mortes, álcool, drogas, violência, humilhações, mutilações.Parabéns novamente pelo texto, Melissa.

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  4. Parabéns Melissa, seu texto ficou muito bom. Vc foi impecável na escrita, me surpreendeu. Soube escolher e desenvolver o tema muito bem. Sobre o assunto escolhido, esse "trotes" estão passando do limite, está na hora das autoridades e reitores tomarem as devidas providências. As ideias que foram propostas são uma grande alternativa para a substituir os trotes.

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  5. Parabéns, Melissa!Você trabalhou muito bem seu texto, claramente se pode perceber a estrutura de uma dissertação.Em relação ao tema, concordo com seu ponto de vista, os investimentos no "trote cidadão" seria uma ótima forma de incentivo aos jovens para deixarem a sua diversão em cima do mal dos outros e começar a agirem pensando na sociedade. Vejo que o trote passa a ser ruim depois de um certo ponto, quando há o abuso dos veteranos em relação aos novatos, querendo obrigar os novos estudantes a fazerem coisas que não querem fazer. Contudo, acho que não se deve acabar com os trotes, mas sim, ter uma maior interferência do Estado nas praticas de trotes.

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  6. Melissa, bela dissertação, seguiu corretamente a estrutura esperada, de modo objetivo e fácil para ler. Sobre o tema, eu fiquei incrédulo, pois onde está os direitos humanos numa hora dessa? Se pararmos para pensar, isso é um absurdo, pois os estudantes estão usando torturas físicas e psicológicas sem objetivo algum.

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