Bonum Littera

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O disfarce perfeito

O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram, dessa forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de diminuir a emissão de gases poluentes. As metas de redução de gases não são as mesmas para todos os países, colocando níveis diferentes de redução para os 38 países que mais emitem gases, além de países em desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e, principalmente, China, não receberam metas de redução. Decorrente disso, a mídia passa a abordar a situação de maneira tendenciosa, utilizando-se de recursos midiáticos que podem interferir na intensão textual.
O Jornal folha de São Paulo aborda o tema de maneira a ressaltar os fatores econômicos e políticos, principalmente focado nas relações entre EUA  e China, os dois maiores poluidores do mundo, representando cerca de 45% das emissões globais de carbono, que se recusam incessantemente aceitar o acordo ou não ratificá-lo devido as consequências na economia, outra justificativa dos Estados Unidos é que países em desenvolvimento, mas que já emitem enormes quantidades de CO2 na atmosfera também façam parte do acordo, devido ao crescimento econômico da China, que pode ultrapassar os EUA em pouco tempo como a maior potência econômica, tratando um assunto ambiental como um jogo político.
O jornal Folha de São Paulo, ainda usa um artifício de manipulação para desviar o foco do grave problema que está sendo abordado, já que o inicial objetivo do acordo, que era manter a temperatura atual da Terra,  não será possível, já que o mínimo a ser evitado são 3 °C de elevação da temperatura, usando a estratégia da distração, já que a todo momento apresenta grandes conquistas do Protocolo de Kyoto para o mundo, mesmo dizendo, “O acordo fracassou em reduzir as emissões mundiais de gases estufa, que cresceram 16,2% de 2005 a 2012.”( Dez anos depois, Protocolo de Kyoto falhou em reduzir emissões mundiais, Folha de São Paulo, 16/02/2015).
Por outro lado, o Jornal GGN, se posiciona de maneira totalmente contrária aos Estados Unidos, dando enfoque que é ele o principal causador da atual situação do tratado, já que se recusa a assiná-lo, influenciando países como a Rússia a desejarem a saída do acordo. “Enquanto todos pareciam concordar sobre a necessidade de se prorrogar o Protocolo de Kyoto — mesmo com divergências em alguns detalhes — os americanos insistiam que o estabelecimento de metas para combater as mudanças do clima não deveria ocorrer” (EUA é contra renovação do Protocolo de Kyoto, GGN,09/12/12). Assim como o GGN, o site da UOL implica grande causa do fracasso do tratado até hoje a ambição econômica dos países mais ricos, mas ressalta as graves consequências que terão para o mundo caso a situação do aquecimento global não seja revertida.
Enfim, como é possível perceber a mídia usa de recursos para dar ênfase ou “maquiar” algum assunto de seu leitor de acordo com seus interesses ou ideologias, cabe ao leitor se tornar mais crítico as informações que lhe são passadas para que este não se torne alguém manipulado pela mídia, como podemos perceber em notícias relacionadas a política, passadas pela Globo ou outras mídias televisivas, que podem ser muito tendenciosa em relações a partidos e ao que será divulgado para seus telespectadores.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, é recebido pelo primeiro-ministro do Catar, na abertura da COP 18, em Doha, capital do país

http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/meio-ambiente-enfraquecido-protocolo-de-kyoto-e-estendido-ate-2020.htm
http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2015/02/1590476-dez-anos-depois-protocolo-de-kyoto-falhou-em-reduzir-emissoes-mundiais.shtml
http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/eua-e-contra-renovacao-do-protocolo-de-kyoto


4 comentários:

  1. Seu texto ficou muito bom, apresentando o tema central e como ele foi tratado de forma diferente pela Folha de São Paulo e o Jornal GGN, mostrando como um mesmo tema pode ser abordado de várias formas diferetes depedendo do lado que se quer "defender", além disso, reconheceu um dos artifícios utilizados pela Folha de São Paulo, deixando claro que a forma na qual ela tratou sobre o tema é tendenciosa. Diate disso, é possível concluir que mídias utilizam vários artifícios para manipular a população, então devemos ter conhecimento desses artifícios para não sermos manipulados tão facilmente.

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  2. A preocupação mundial com questões ambientais está cada vez maior e o Protocolo de Kyoto está entre as medidas que tentam diminuir o impacto das ações humanas no meio ambiente. Porém, alguns países não apoiam essas medidas, devido ao fato delas estarem diretamente relacionadas com politica e economia, o que faz com que eles acreditem que atrasarão o desenvolvimento econômico se as adotarem. Assim, a escolha do tema foi muito boa, já que aborda uma questão atual que abrange várias pessoas, áreas e relações entre nações. Além disso, o texto contou com uma linguagem formal, as informações foram bem estruturadas, a intenção textual de cada mídia foi apresentada de maneira clara e inclusive contou com o uso de trechos da revista para demonstrar as estratégias utilizadas por elas. Seu texto ficou muito bom, parabéns.

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  3. O seu texto esta muito bom , já que cumpriu bem a proposta e apresentou de maneira clara e objetiva as estratégias de manipulação usada pela mídia. O assunto que você abordado foi uma ótima escolha, já que existe uma grande polêmica em torno desse tratado, principalmente em relação ao fato de um dos maiores poluidores do mundo (os Estados Unidos) não ter assinado o acordo. Assim, foi possível ver como o tema foi abordado de maneira diferente em cada jornal. No jornal folha de São Paulo foi dado destaque a fatores econômicos e políticos, utilizando se de um artifício de manipulação para desviar o foco do problema. Já o jornal GGN posiciona totalmente contra os Estados unidos, dando enfoque que ele é o principal causador do problema.

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