Ofender não é Brincadeira
Um entretenimento que vem sendo muito apreciado e tem ganhado cada vez mais destaque é o humor: a arte de causar o riso nas pessoas, seja por meio de movimentos corporais ou pela lábia (piadas, por exemplo). Mas o que vem-se assistindo ultimamente é o fato de muitos humoristas fazerem de tudo para gerar risadas, inclusive ofender, constranger e afetar a dignidade de terceiros. A partir disso, esse humor não deve mais ser considerado válido, engraçado nem tolerante.
É fundamental citar que os humoristas muitas vezes fazem a piada no intuito de abranger o maior número de espectadores possíveis, ou seja, garantirem sucesso, e para isso desconsideram que sua atividade pode humilhar e ferir outra pessoa, tanto de maneira física quanto psicológica. Com isso, faz-se inevitável mencionar o caso do polêmico humorista Rafinha Bastos, que dentre muitos processos promovidos justamente por piadas de mau gosto, destaca-se o que ele satiriza a cantora Wanessa Camargo, na época em que ela estava grávida, dizendo: "Comeria ela e o filho", referindo-se à beleza da mesma. Ao justificar-se, o apresentador disse que era apenas uma piada, mas é notório que este argumento não explica de forma alguma a invasão constrangedora que ele cometeu.
Um exemplo das frequentes piadas ofensivas propostas pelo humorista Rafinha Bastos. |
Logicamente, deveriam ser implantadas regras e imposições que dessem maior senso a esse setor de humor, garantindo mais cautela e que ninguém seja ofendido ou difamado. A mídia também poderia auxiliar, alertando os próprios humoristas à forma como o público irá receber certa piada, mostrando assim que deve haver um limite entre liberdade de expressão e preconceito.